Saturday, July 09, 2005

Autor do Absurdo...


Um dos Arcanos Supremos da Literatura Fantástica, Franz Kafka (3 de Julho de 1883 em Praga - 3 de Junho de 1924 em Viena), foi um dos mais famosos escritores da língua alemã do século XX. A maior parte da sua obra foi publicada posteriormente - contra a vontade do próprio -; penso que havia uma necessidade de viver na penumbra, enquanto escritor...

Franz Kafka e as suas escritas denotam um homem profundamente atormentado e inquieto, inteiramente submetido à literatura, vivendo única e simplesmente em função dela. A monotonia da sua vida e a rigidez dos seus hábitos subordinavam-se às leis da escrita, proporcionando-lhe o espaço, solidão e infelicidade – neste caso – necessários à criação artística. Fica-nos o retrato de um homem infeliz e só, que renuncia em definitivo a ideia de felicidade, possivelmente como salvaguarda da sua inspiração artística – direi eu. Penso que pessoas felizes, lhe provocavariam reacções desagradáveis… o que ajuda a justificar a brutalidade com que são expostas as suas ideias, como se o terrível fosse o habitual e comum…. o destino!

Pelo facto de viver para esse destino cruel, o homem kafkiano converte-se num condenado permanente, sem outro consolo além das suas meditações sobre uma culpa inexplicável, projectada na vida por uma autoridade impessoal e invisível como ela própria, como acontece, por exemplo, em O Processo, com a desintegração da personalidade humana ante um Estado totalitário e impessoal. A desesperança e a alienação do homem moderno, imerso num mundo que não consegue compreender, estão magistralmente descritas nesta obra de Kafka...

A escrita de Kafka é denotada pelo seu tom despegado, imparcial, com atenção até ao mais minúsculo detalhe, e que abrange os temas da alienação e perseguição. Na sua obra o narrador confunde-se exactamente com a sua pessoa, isto é, praticamente desaparece. O romancista não domina o mundo que descreve, mas que o padece. Não posso deixar de aconselhar os seus três marcos artísticos… Metamorfose, O Processo e O Castelo. Estas três obras, são locais obrigatórios a visitar na literatura e assumem-se como obras inevitáveis para qualquer Humanóide...

Rael

Wednesday, July 06, 2005

Discreta Perfeição...


Audrey Hepburn, é a mais bela criatura existente no universo conhecido – auge do estilo aristocrático e sombrio na beleza Feminina. A sua participação no filme Breakfast at Tiffany's (A boneca de Luxo) no ano de 1961 é no mínimo brilhante e inesquecível. É de lembrar, que a Dolcissima Principesca tem - actualmente - cerca de 76 anos...

Peço perdão pelo teor machista da afirmação... mas... todo homem de bem deveria ter direito, pelo menos uma vez durante a vida, à sua própria Audrey Hepburn, na mais bela Suite do Place des Vosges , com flûtes de champagne Dom Perignon à mesa, e uma obra dos Opus Avantra como banda sonora...

Rael

Scheherazade and Other Stories...



















Há exactamente trinta anos, os Renaissance compuseram um álbum que se viria a tornar num marco incontestado do Progressivo e da música em geral. Baseado na místico conto árabe das Mil e Uma Noites - em que Scheherazade prolonga a sua frágil condenada existência por mil e uma noites, alongando a sua história por mil e uma noites, fazendo o sultão Shahryar poupar a sua vida, ido contra a sua própria IRA contra as mulheres…


Musicalmente irrepreensível, esta obra de arte situa-se perfeitamente no Progressivo Sinfónico, longas introduções de piano e orquestra, aliadas a uma riqueza tímbrica fora do comum - violinos, piano de cauda, fagote, oboé, canto e voz, flauta, teclados, bateria, cravo, violoncelo, diversas percussões, arranjos orquestrais,… - unida à sofisticação e complexidade das composições e à inigualável interpretação. O destaque vai para a longa Suite com cerca de 25 minutos – com nove “andamentos” - intitulada de Song Of Scheherazade.

Annie Haslam, é sem dúvida uma das melhores vozes ao dispor deste género musical, com uma voz cristalina num timbre único, especialemnte da forma como completa os arranjos Michael Dunford (escrita musical, guitarra, voz); Jonh Tout (Piano, Cravo, escrita musical); Jonh Camp (baixo, escrita musical) e o percussionista Terence Sullivan
Um disco essencial, que provoca uma aventura única a cada audição… brilhante é uma classificação que deixa alguma injustiça no ar, quando tentamos classificar aquilo se torna tarefa árdua....


Rael