Wednesday, January 18, 2006

Catedrais Góticas...



Por trás das Catedrais Góticas, nada de cantos gregorianos, nada da magnificência de sinos atroadores, apenas silêncio.

Não obstante, sussurros dissonantes e multiformes perseguem-me à sombra, gárgulas e seres antropomorfos parecem sorrir cinicamente ante minha presença – estarei a sonhar ? Não, reconheço o doce aroma de amoras amargas que desvela-se ao átrio, cianeto – amaldiçoado em perseveranças do pensamento.

Gritos silenciosos, giram à volta da minha cabeça… não se pode escapar, não se trata de uma prisão meramente física neste meio hostil, mentalmente sinto-me ainda mais preso... precorre-se climas claustrofobicos, o raciocínio é distorcido, insano, sombrio, soturno… em conformidade com as Catedrais Góticas... Nesta dor. Quero sair desta dor! Na caverna. Quero sair desta caverna, estalactites e estalagmites trancam-me dentro dela, continuo a girar... a girar em circulos... vou descendo... descendo... descendo... ! Estou a afogar-me num medo liquido, deixo-me levar! Devia dizer a mim mesmo que não estou aqui... é um delírio? Falta de cautela? Loucura? Se já cheguei até aqui, porquê recuar? Não quero morrer sem ficar a saber como será...

Onde estou ? Como vim ? Como saio ? Porquê ? Sinto-me perdido! Ajuda-me....

Rael